Liderança saudável: Qual o papel do gestor na prevenção do adoecimento das equipes?

Nos últimos anos, tornou-se impossível ignorar o impacto da saúde mental nas

organizações. O aumento dos casos de estresse, burnout e transtornos relacionados ao trabalho não é mais uma exceção — é um alerta. E, diante desse cenário, líderes e gestores ganham um papel central não apenas na performance, mas na preservação da saúde emocional das equipes.

1. A saúde mental começa no topo

Estudos mostram que líderes impactam a saúde mental de seus liderados tanto quanto (ou mais do que) terapeutas e médicos. Uma pesquisa do Workforce Institute aponta que 69% dos profissionais afirmam que seus gestores afetam diretamente sua saúde mental, o mesmo percentual atribuído a cônjuges ou parceiros íntimos.

Por isso, promover saúde mental precisa ser prioridade da liderança e não um tópico secundário em reuniões ou campanhas esporádicas. Quando o bem-estar está no centro da estratégia da empresa, ele se reflete em engajamento, produtividade e retenção de talentos.

2. Estilos de liderança que curam — ou que adoecem

Modelos autoritários e orientados exclusivamente por resultados, sem considerar a experiência humana no trabalho, estão diretamente associados a ambientes tóxicos. Já líderes empáticos, acessíveis e conscientes de seu impacto contribuem para equipes mais saudáveis, colaborativas e resilientes.

Além disso, é essencial abandonar a ideia do “líder infalível”. Mostrar vulnerabilidade, admitir desafios e abrir espaço para conversas reais inspira confiança e proximidade.

3. Comunicação clara, empática e constante

Ambientes com baixa comunicação, metas confusas ou falta de feedback aumentam a insegurança e o estresse. Líderes que comunicam com clareza, constância e coerência reduzem incertezas e fortalecem o senso de segurança psicológica — um dos pilares do bem-estar no trabalho.

4. Treinamento e suporte aos próprios gestores

Muitas vezes os próprios líderes enfrentam altos níveis de estresse e burnout. Portanto, para que possam cuidar das equipes, também precisam ter acesso a apoio emocional, formação sobre saúde mental e autonomia para implementar boas práticas.

5. Cultura organizacional começa com o exemplo

A cultura do cuidado não é construída com discursos, mas com atitudes diárias. Um gestor que valoriza pausas, respeita horários, reconhece o esforço alheio e cuida da sua própria saúde mental dá permissão simbólica para que sua equipe faça o mesmo.

Como reforça o relatório da RSM Global, "falar é importante, mas agir é essencial: não se pode incentivar o descanso se o líder responde e-mails nas férias ou exalta a exaustão como prova de produtividade”.

6. Ações práticas para uma liderança promotora de saúde

Algumas atitudes que os gestores podem adotar desde já incluem:

• Realizar check-ins frequentes e escutas ativas;

• Reconhecer e validar emoções dos colaboradores;

• Estimular pausas, uso de férias e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho;

• Investir em programas de bem-estar integrados (físico, emocional, social e financeiro);

• Criar canais seguros para conversas sobre saúde mental, sem julgamento ou estigma.

Conclusão: liderar é cuidar

Cuidar da saúde mental das equipes não é tarefa exclusiva do RH ou de especialistas — é um compromisso que começa com a liderança. Ser um gestor saudável é mais do que alcançar resultados: é construir ambientes em que as pessoas possam existir, produzir e evoluir sem se adoecer no caminho.

Empresas que colocam o ser humano no centro de suas decisões têm mais chance de prosperar. Porque, no fim das contas, o que sustenta qualquer negócio são pessoas bem cuidadas.

E se sua empresa deseja dar esse passo com segurança, a Olhar Consultoria está preparada para apoiar líderes e gestores no desenvolvimento das competências essenciais para uma liderança mais humana, empática e promotora de bem-estar. Atuamos com formações, vivências e processos personalizados para ajudar as lideranças a se tornarem agentes ativos na construção de ambientes mais saudáveis e sustentáveis.